Bandas para louvar o fim de tudo (parte 1 de sabe-se lá quantas...)

Bem, ultimamente estava afim de partilhar várias bandas em um post, até pela falta de tempo e a quantidade absurda de coisa que quero publicar nesse blog. Então resolvi fazer um post só sobre bandas com músicas impiedosas, agressivas, doentias e letras/ideais igualmente insanos. Sigam-me os loucos!

(The infamous...) GEHENNA


Se definem como "o som das guerras sem fim", esse grupo teve sua formação na Califórnia, porém hoje os membros estão espalhados por vários estados. Os caras fazem um hardcore com influências de Black/Thrash e até mesmo Death Metal, difícil não ver algo de Sodom, Bolt Thrower, Infest, Bathory e GG Allin nessas monstruosidades sônicas.


E suas letras basicamente falam de desgraça, guerra, destruição e tudo aquilo que seus familiares adoram. Deixo o destaque para a letra da música Sadist:


" O que é o sopro da vida, sem o cheiro da morte?
  Qual é o sentido  de viver sem infligir tormento? "

Segue aqui o bandcamp dos caras, onde há música deles para download e você paga o quanto você quiser (inclusive zero reais!)...

P.S: depenendo do álbum, pode ser cobrado, ou se todos estiverem é porque o Bandcamp tem o limite de 200 downloads grátis por mês, caso estejam esgotados é só ficar atento até tudo ficar liberado de novo.

KOREISCH
 

Essa banda tem muita pouca informação (nem fotos dos caras eu acho) e só gravaram um álbum, porém esse álbum é algo que você PRECISA ouvir. Uma mistura de grindcore, death metal, black metal, drone, noise e hardcore que fará seus ouvidos sangrarem com tanta violência e agressão sonora. "This Decaying Schizophrenic Christ Complex" é uma experiência perturbadora e única!


Tudo que sei é que são da Inglaterra e alguns membros tocaram em bandas como Slavearc, Kevorkian Solution e Withdrawn. Ah, e todos os membros da banda eram SxEx e veganos (provavelmente hardline, algo que era bem comum nessas bandas que mesclavam hardcore com metal nos anos 90). Saque o álbum aqui.

MARTYR'S TONGUE


Esse grupo porto riquenho é recente, tem mais ou menos 2 anos de existência, e o audio terrorismo recheado de letras apocalípticas contém influências de nomes como Rotten Sound, Man Is The Bastard, Integrity e Gehenna.

Blast beats, timbres de guitarra que remetem ao bom e velho HM-2, momentos grooveados para mandar altos movimentos de artes marciais no pit são algumas das graciosidades que lhes aguardam. O quinteto tem apenas 2 EPs e recém lançaram um split com outras 2 bandas (Avalanche, da França  e Ablaze, da Alemanha, interessados em comprar favor conferir a pré compra no site da Southwest Hardcore), todos podem ser sacados no bandcamp. (Não há videos deles no youtube, desculpem a falta de links).

DEGRADATION
 

Vindos da Argetina, essa banda é outra voadeira inspirada por nomes como Parasite, Integrity, Indio Solari e Zouo. Boa parte da formação conta com membros e ex-membros de grupos como Mano a Mano e Nueva Etica (que fazem um moshcore de classe), lançaram o EP Somos La Noche com 5 músicas que fazem uma mescla metal/hardcore com uma produçao bem limpa e audível apesar de caseira.


No momento a banda se encontra num horizonte sem rumo, não sabe se haverão mais músicas novas.

DISGRACE


Vindos do Sul da Califórnia, o quarteto contém membros das fuderosas Nails e Twitching Tongues, o grupo faz  uma mescla que ao meu ver parece um filho bastardo de Bolt Thrower com Merauder. Todo o peso do death metal misturado com a ginga dos hardcore mosheiro nova iorquino de bandana e jersey's, música para destruir tudo e todos que encontra na roda.


Por enquanto só lançaram o ep "Songs Of Suffering", que pode ser baixado neste link, tire os móveis da sala e faça bom proveito.

Mais adiante procurarei fazer mais desses set de bandas novas com pouco (ou muito histórico, porém evasivas) aqui no blog.

Integrity - Os pregadores do hardcore apocalíptico (parte 3): De volta aos trilhos e as eras Jochum/+Orr


E finalmente chegamos a última parte desse post especial, agora abordando o momento atual de Dwid e sua trupe de terroristas musicais (pra quem não viu as partes I e II, só clicar aqui e aqui), lembrando que boa parte dos discos estão para downloads no site da Holy Terror records aqui neste link. Agora, vamos ao final:


Após a pausa com a turnê de To Die For, o Integrity se reúne em 2005, nessa formação, Michael Jochum chama seu irmão Nathan para assumir as baquetas, enquanto Matt Brewer e Steve Rauckhorst fariam guitarras e baixos respectivamente. Essa nova era demoraria 5 anos para lançar o disco The Blackest Curse, que saiu em 2010 pela Deathwish.


Considerado o mais pesado e o trabalho mais aproximado ao metal, o álbum é completamente bruto, com uma influência absurda de Thrash Metal, além de faixas noise e a balada épica Before the VVorld VVas Young, nomes como Boyd Rice fazem aparições no disco. Os destaques ficam pra porradas como  Simulacra (as viúvas de Jeff Hanneman piram) e Process Of Illumination. Alavancas, bumbos duplos, palhetadas alternadas e alguns blast beats serão o que lhe esperam em The Blackest Curse.


Com o sucesso do retorno e o novo disco, logo após saiu o EP VValpurgisnacht, que aposta mais nas melodias e músicas um pouco mais lentas se comparadas ao que foi feito anteriormente, porém algumas das melhores letras da banda podem ser vistas aqui.


Nesse meio tempo, Matt sai da banda e no seu lugar entra um garoto chamado Robert Orr, que tocava numa tal de Unreal City. Esse jovem fã da banda e também multi instrumentista, seria uma peça chave para o que o Integrity seria hoje. Com sua entrada foi gravado o split com a banda japonesa Creepout e o novo "hit" Love is... the Only VVeapon/Let the night Roar, no qual vemos outra evolução. Com arranjos mais puxados para o metal punk japonês do GISM e a crueza black metal das bandas do Les Legions Noires, além do conhecimento do garoto em relação ao Garage Band, fez com que a banda começasse a gravar todas as suas músicas no conforto de suas próprias casas.


Após o famoso split, que rendeu turnês pelo Japão, Europa e EUA, a banda lança mais um split com o obscuro projeto AVM, fazendo dois covers de Septic Death. Na sequência Dwid demite toda banda e a parceria D.H + ORR é formada, assim lançando o EP  VVe are The End/Beneath Black Flames VVe ride  e o split com o grupo britânico Rot In Hell, já consolidando a nova direção. Apesar de ser uma dupla na composição, o grupo ainda existe com uma formação ao vivo para shows.


Nesse meio tempo de mais apresentações, foi lançado em 2012 o EP Detonate Worlds Plague, completamente influenciado pelo hardcore e metal nipônico de bandas como GISM, Syudan Jisatsu e Zouo. Outra surpresa é que Orr se encarregou de gravar todos os instrumentais no álbum, numa produção completamente crua, barulhenta e agressiva, fazendo este o trabalho mais "na cara" do grupo.


Em junho desse ano (2013), está programado pra sair o álbum Suicide Black Snake, que conta com algumas faixas do EP anterior sendo retrabalhadas e músicas novas. Entre essas novidades está a balada There Ain't No Living In Life, que surpreendentemente mostra uma influência dos riffs de John Christ (conhecido pelo seu trabalho na banda solo de Danzig) e a aparição de uma harmônica. 


Com a história e com os discos do Integrity, podemos notar que a banda nunca tentou se render a uma conformidade sonora, sempre trabalhou horizontes diferentes e indiretamente influenciou uma nova geração de bandas que tentam fazer uma música monstruosa sem se isolar a meros rótulos. Porém a fúria contra a humanidade e o senso de terrorismo criativo que assola a mente de Dwid e todos os participantes dessa banda ainda são o mesmo. Só eles saberão agora qual será a nova era desses pregadores do apocalipse sônico...